sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Aquele que amava bichos abandonados e cultuava a beleza feminina! Nesta crônica ele mostra seu lado pouco "politicamente correto."

Ah, a beleza que existe...

Muito se tem criticado a proliferação de cães vadios pelas ruas de Vassouras. Um problema sério, especialmente para os pobres animais, que mal conseguem alimentar-se e encontrar abrigos nas noites de muito frio. Culpados os insensíveis humanos, responsáveis pelo abandono de seus fiéis amigos.
Coisa, porém, que mais impressiona e preocupa o cronista, quando se encontra para o cafezinho, é a proliferaçãio de mulheres bonitas, a desfilar impunemente pela calçada, no que será, com certeza, a maior concentração da dita espécie ao norte de Ipanema. O cronista garante que, se fosse dele, trazia todas elas debaixo de chave, porque faz mal à sanidade alheia tanta abundância, encanto e simpatia.
Machista? Politicamente incorreto? Pode ser. Mas todo mundo sabe que isso de politicamente correto é coisa de anglo-saxão, é meio boiola mesmo. Felizmente ou infelizmente, somos um povo latino, que pode se dar ao luxo de ser, além de macho, incorreto às pampas!
Louras, morenas, mulatas, cafuzas, curibocas, mamelucas, branquelas, negras retintas, levantinas, sarracenas, amarelas orientais, altas, baixas, magrelas que nem tábua, gordinhas roliças, guapas potrancas, gatas, gatinhas, coroas (pero no mucho), de longa cabeleira ou tosadas, até Ronaldinhas!, da jeunesse dorée ou de evangélicas vestes sufocantes, com tranças, coques, rabos maria-chiquinha por vezes, esguias pernas, lindos rostos louçãos, bundinhas arrebitadas, e por que não as grávidas? mesmo as ligeiramente, sensuais sempre, sapecas, brejeiras, de nariz torcido algumas, estudantes, comerciárias, profissionais esparsas, amadoras muitas, amantes, amadas, amáveis, amoráveis criaturas solteiras, casadas, divorciadas sem remorso, viúvas, amancebadas, ricas ou pobres, sóbrias, uma que outra alegrinha, ingênuas julietas, lânguidas carmens, lolitas desbocadas, vitaminadas ou ainda precisando de um trato, coloridas, enlutadas, arrastando crianças remelentas, quantas debaixo do braço do próximo, perfumadas, elas próprias perfumes que inebriam, etéreas, e também há as maciças, sólidas, respeitáveis donzelas e damas, leitoras de Vinícius, analfabetas outras, as brilhantes e as burras, pundonorosas ou pilantrinhas, lobas para cá, chapeuzinhos para lá, luminosas, melífluas, feiticerias, possuídas, esplendor e calvário, enfim, das tardes de inocente (?) olho comprido.
O cronista declara que, não sendo exatamente o que se poderia chamar de um Hugo Grant ou um Brad Pitt, optou por ajuntar cachorros, dos quais sustenta muitos em sua chácara. Mas declara também que, se fosse o caso - ah! se fosse o caso... - iria se apressar em trocar de bicho, tudo pelo bem de Vassouras é claro, onde os moradores anseiam muito por sua segurança nas vias públicas...

Jornal de Vassouras - 22.05.1999

3 comentários:

Anônimo disse...

Dora, o que você anda fazendo, minha amante argentina!
Dio, do além

CASTANHA disse...

Pô Dionisio, até no Inferno onde você me espera,não larga o pé de minha mulher!

A MULATA Nº 1 disse...

Senti saudades suas e resolvi escrever seu nome no google e aqui cheguei... Só agora fiquei sabendo que não mais nos veremos... Tive essa intuição no último encontro em Vassouras... E depois da última vez que você me ligou deu pra sentir que não agradou a Carolina, então resolvi não incomodar. Ainda tenho um exemplar do livro Janela Perdida, publicado pela editora Eu&Voce no período em que estivemos juntos ( como foram só seis anos, o Emmanuel esqueceu de mim e não me citou, isso não importa, está perdoado). Se eu fosse crente, seria agradável imaginar encontrar você novamente, mas como sou atéia sinto uma enorme pena de não mais desfrutar da sua excelente companhia.